CADÊ?

maio 31, 2009

Como melhor promover o Estado

PREMIO SAO PAULO 2009

Ontem, durante o II Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura, em São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos, foram conhecidos os finalistas que disputam o Prêmio São Paulo de Literatura 2009, concedido pelo Estado de São Paulo. Ei-los:

Melhor Livro do Ano (de 2008):
Carola Saavedra, Flores azuis (Companhia das Letras);
João Gilberto Noll, Acenos e afagos (Record);
José Saramago, A viagem do elefante (Companhia das Letras);
Lívia Garcia-Roza, Milamor (Record);
Maria Esther Maciel, O livro dos nomes (Companhia das Letras);
Milton Hatoum, Órfãos do Eldorado (Companhia das Letras);
Moacyr Scliar, Manual da paixão solitária (Companhia das Letras);
Ronaldo Correia de Brito, Galiléia (Editora Objetiva)
Silviano Santiago, Heranças (Rocco); e
Walther Moreira Santos, O ciclista (Autêntica Editora); e

Melhor Livro do Ano - Autor Estreante (de 2008):
Altair Martins, A parede no escuro (Record);
Contardo Calligaris, O conto do amor (Companhia das Letras);
Estevão Azevedo, Nunca o nome do menino (Editora Terceiro Nome);
Francisco Azevedo, O Arroz De Palma (Record);
Javier Arancibia Contreras, Imóbile (7 Letras);
Marcus Vinicius de Freitas, Peixe morto (Autêntica Editora);
Maria Cecília Gomes dos Reis, O mundo segundo Laura Ni (Editora 34);
Rinaldo Fernandes, Rita no pomar (7 Letras);
Sérgio Guimarães, Zé, Mizé, Camarada André (Record); e
Vanessa Barbara e Emilio Fraia, O verão do Chibo (Editora Objetiva).

Serão conhecidos os vencedores em agosto, 3 - R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para cada vencedor -, em cerimônia no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
Os livros finalistas foram escolhidos por júri formado pelos professores Ivan Marques e Marcos Moraes; pelos escritores Menalton Braff e Fernando Paixão; pelos livreiros Paula Fabrio e José Carlos Honório; pelos críticos literários Marcelo Pen e Josélia Aguiar; e pelos leitores Márcia de Grandi e Mario Vitor Santos.

As obras finalistas serão submetidas a um segundo grupo de jurados.

Fonte: VNews.

maio 27, 2009

Agende

geraldo_renataAmanhã, última quinta-feira do mês, é dia de Sarau Ágora na Churrascaria Nova Brisa, a partir das 20h30min.

H. Dobal será o poeta homenageado. Renata Pitta cantará acompanhada de Geraldo Brito.

Renata Pitta, aliás, assegura que o microfone é aberto para a sua interferência, se você quiser recitar um poema, cantar ou apresentar outra performance.

* * *

Jurei que nunca mais botaria os pés na  Churrascaria Nova Brisa, diante do péssimo  atendimento que o Grupo Tarântulas  recebeu. Mas, se a saúde me permitir, estarei lá, sem consumir coisa alguma, claro: melhor evitar situação estressante.

Saqueio!*

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* Texto publicado ontem no Airton Sampaio Blog.

Piauí, terra querida, filha do sol do equador… ou apenas um personagem collodiano?

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Foto de autoria não identificada.


Espera-se que nem mesmo o ilustre itainopolitano acredite no que diz.


Fonte: Portal Cidade Verde.

Não vi e não gostei*

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* Texto publicado no
Airton Sampaio Blog, sábado, 23.

maio 16, 2009

Don Juan em ruínas,

“És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo Tempo Tempo Tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo Tempo Tempo Tempo”
Caetano Veloso

já não se olha no espelho: as mãos vincadas denunciam a vetustez. O rosto, antes das mãos, composto em mosaico. E quando inteiramente disforme a face, desprezou os espelhos. Foi quando se enclausurou no apartamento. Notícias, absolutamente inúteis, chegavam-lhe com Zefinha, serviçal, como fora a avó e a mãe. Sabe da vida lá fora, em verdade, por sua Nikula. Da varanda, até certo tempo, avistou o calçadão da Barão de Castelo Branco, com bundas em exercícios. Com elas, lembranças de algumas mulheres que tivera. Deixou de vê-las quando a memória falhou definitivamente. Agora, mira a luneta em direção à zona leste, e à frente de seus olhos apenas transeuntes.

Dom Juan em trapos, ei-lo dirigindo-se ao escritório, aflito para, num lampejo de memória, narrar mais uma de suas aventuras. À escrivaninha, nenhuma lembrança. Restara-lhe gritar por Zefinha que, lasciva, como a avó e a mãe, atendeu-o nua. E então narrou a sua desfloração por Laerte, em um elevador, como antes narrara o seu desvirginamento por Abreu, em casa; por Berto, num matagal; por Cardoso, num campo de várzea; por Deodato, atrás da matriz; por Francisco, num Fusca; por Guilherme, num riacho; por Henrique, num motel; por Ismar, numa avenida; por Jaime, num jet sky; e por Kelson, num hotel, como se tivesse sido, efetivamente, a sua primeira trepada. À narrativa de Zefinha, por ele adornada, nenhuma ereção, mesmo quando, vez por outra, olhava a carne fresca, os pelos púbicos. A terceira geração, para ele, definitivamente, inatingível.

Nem lembra, coitado, que a mulher, sua companheira, por várias vezes tentou matá-lo, possessa por flagrá-lo em sem-vergonhices. Ele sempre, quando não possível as negar, alegava que fora seduzido, cinicamente recomendando que as matasse e não a ele, verdadeira vítima. A mulher, nessas ocasiões, retrucava que não se tornaria uma serial killer. Os amigos, quando os tinha, lembravam dos episódios, às gargalhadas. Agora, restava-lhe, acha, apenas Elizeu — há menos de um ano se falaram ao telefone. Os demais mortos estavam.

O que lembra, e lembra bem, é do temor que tinha da velhice. Os primeiros cabelos brancos pareceram-lhe uma condenação severa. Nunca supôs que a pena que o tempo iria lhe impor era a da prisão perpétua, sem qualquer apelação. Melhor a de morte. A morte — ah, a morte! —, recusava-lhe como hóspede: a certeza advinha de fracassadas tentativas de suicídios. Definitivamente, teria que viver com o que mais abominou na vida: o envelhecimento.


Conto deste blogueiro antes publicado no Confraria Tarântula.

J. L. Rocha do Nascimento

   Conheço J. L. Rocha do Nascimento desde a segunda metade da década de 1970. Lá se foram, certamente, mais de três decênios. Fizemo-nos irmãos, e, como todos os irmãos, partilhamos interesses e divergimos em alguns assuntos e momentos. Nada que não aconteçam com irmãos de sangue. Tivemos, temos, e certamente teremos projetos comuns. O Direito foi um deles. A literatura, outro. Assim, publicamos, em 1979, Um dedo de prosa, em co-autoria também com Francisco Sales, quase o quinto tarântula, e, mais tarde, nos reunimos com os meus também irmãos Airton Sampaio e Bezerra JP e demos cria ao Vencidos, e dessa reunião, sabem vocês, nasceu o Grupo Tarântula.
 DSC_0010 J. L. Rocha do Nascimento aniversaria hoje. Completa exatos 50 anos de idade. Tenho certeza que estaremos próximos por outras décadas, realizando muitos projetos.
Feliz aniversário, meu irmão.

maio 14, 2009

O atendimento da Claro, na terça-feira, 12, foi uma bosta.

Gráfico1    A conexão banda larga 3G da Claro, há dias, não tem me servido muito. Terça-feira, 12, tentei o suporte pelo telefone 1052. Aposto que você, leitor, não é anta como eu: certamente não se conecta à internet  pelo serviço banda larga 3G da Claro.  Vou explicar por quê. Um pouco depois de 19h00min e até aproximadamente 23h00min. tentei o atendimento via telefone (o único possível, uma vez que não tinha conexão estável). Então, foi assim: ligava para 1052, e uma mensagem de voz cientificava-me que, se queria informações acerca do número do celular que disquei, deveria aguardar na linha; se quisesse informações sobre outro celular ou se fosse cliente banda larga, deveria teclar 2. Teclava 2, e ainda a mensagem de voz pedia-me para que digitasse o número do celular ou o CPF, se fosse cliente banda larga. Teclava o CPF, corretamente, e a mensagem de voz dizia que o número do CPF não era válido. Repetidas a mensagem, a minha digitação, e a conclusão anterior, a mensagem de voz  emendava a me informar que o telefone de que falava não está bloqueado para fazer ligações; que não era necessário informar pagamento, se o celular não estivesse bloqueado, entre outras maluquices absolutamente estranhas à minha pretensão: suporte à banda larga. Ao falar com atendentes, repetindo o número do meu CPF, e o número do meu modem, nunca consegui chegar ao suporte: a ligação caía antes, ou, cansado de ouvir uma música de espera, desligava o celular para tentar novamente. Foram gerados, entre vários protocolos, os de números 200970183605, 200970196441 e 200970207470, que anotei. Computei, pelo menos, 15 ligações para a Claro.

claro_pau    Durante o período em que, por diversas vezes, tentei acesso ao suporte à banda larga da Claro, vi o Decreto n.º 6.523, de 31 de julho de 2008, ser desprezado pelo atendimento da operadora mencionada, como se neste país as normas tivessem como destinação unicamente a latrina.

P.S.: Esta postagem é creditada a Deus, que tem mais poder, por óbvio, do que a Claro, uma vez que a minha conexão, desde as 2h00min., é porcaria pura, e não consigo falar com o suporte.

maio 10, 2009

Desastres

Veem-se capas, como The Dark Side Of The Moon, que inspiram outros álbuns, quer com leituras da obra do Pink Floyd ou não. Duvido, contudo, que estas encontrem seguidores:

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Fontes: LP Cover Lover e o blog Imagens Engraçadas. Outras pérolas são encontradas acessando as fontes.

Joãozinho, o voyeur, depois que o cinturão vergastou-lhe as costas nuas seguidas vezes*

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Por J. L. Rocha do Nascimento


- Então, moleque! Ainda vai espionar sua irmã (que, dentro do quarto, com o ouvido colado à porta e nua, mordia, de puro gozo, as unhas e ria de prazer, isso depois dos sucessivos orgasmos que coincidiram com as vergastadas) se trocando pelo buraco da fechadura?
- Prometo (que) não, mãe, respondeu, ajoelhado, a cabeça baixa, as mãos para trás, a esquerda fechada com a falange distal do polegar introduzida entre o indicador e o médio.

 

* Conto extraído do Confraria Tarântula, veiculado sexta-feira, 8.

maio 04, 2009

Ainda a respeito de The Dark Side Of The Moon

Escrevi, em postagem de abril, 29, sobre o álbum The Dark Side Of The Moon, e sobre duas leituras que conheço desse festejado trabalho do Pink Floyd. Mas há outras, como, por exemplo:

album_Dark-Side-of-the-Moon-a-Cappella-Dark-Side-of-the-Moon-A-CappellaDark Side Of The Moon a Cappella

album_Dream-Theater-Official-Bootleg-Covers-Series-Dark-Side-of-the-Moon Dream Theater: Dark Side Of The Moon

album_Phish-Dark-Side-of-the-MoonLive Phish: Dark Side Of The Moon - Live

album_Sam-YahelAri-HoenigMike-MorenoSeamus-Blake-Jazz-Side-Of-The-Moon-The-Music-Of-Pink-Floyd Jazz Side Of The Moon

album_The-String-Quartet-Tribute-to-Pink-Floyds-Dark-Side-of-the-Moon The String Quartet

  

maio 02, 2009

Passagem: Augusto Boal

augusto boal

Um conto de J. L. Rocha do Nascimento

marlboro

dedicado aos fumantes da aldeia

Quando, cambaleando, chegou em casa, a noite já se despedia. Apalpou os bolsos à procura de um, não achou. Desolado, exclamou: vício maldito! Maldito ou não, precisava de um imediatamente. Pior é que nas proximidades não encontraria nada aberto. Sem alternativas, uma idéia acendeu-lhe a mente. Transformo-me eu mesmo em um. Riscou o fósforo. Iniciou pela ponta dos dedos dos pés, ainda úmidos, mas já livres dos sapatos e meias, deixados ao longo do corredor. Teve de repetir a operação seguidas vezes. Na terceira, obteve sucesso. Começou então a tragar, consumindo-se em longas baforadas. Quando a brasa atravessou os órgãos genitais, sentiu uma estranha sensação, e gostou. Quis sentir de novo, mas já não era mais possível, a região agora era somente um rastro de cinzas.
Há tempo para tudo, pensou.
Pois não é que quando a brasa consumiu o abdome e começou a se aproximar do tórax, ele, tomado por um impulso vindo não se sabe de onde, resolveu parar de fumar e se apagou.
Tinha pavor de câncer de pulmão.

 

Conto extraído do blog Confraria Tarântula, veiculado em em abril, 1º.

Sem novidades

Transcrevo a coluna de Marta Tajra, no Portal AZ:

salipi_7_lancamento Painel com fotos de Marta Tajra.

Leio, logo existo!

Era uma vez... muito tempo atrás – não, nem muito tempo assim – existiu, no reino do faz de conta, um homem de sobrancelhas espessas e sobrenome esquisito, que ousou declarar, num momento de infinita lucidez, que um país se faz com homens e livros. O país era o Brasil e o homem era Monteiro Lobato. E o resto dessa história todo mundo já sabe.
Lobato pertencia a uma “casta” esquisita de homens que atende, ainda hoje, pela alcunha de escritores. E tal e qual o magricela D. Quixote De La Mancha, personagem imortalizado por Cervantes, gostava de sonhar. Era um utópico, um idealista. Tornou-se com o seu Sítio imaginário, sacis, pica paus e Emílias, o símbolo de uma crença utópica numa nova sociedade brasileira. Isto na década de 30 com quase 100% da população analfabeta.
A utopia é isto, uma forma de esquizofrenia aguda que ataca os seres mais inofensivos do nosso planeta com as idéias e fantasias mais mirabolantes ainda. Esses seres tentam resgatar dentro das estruturas arcaicas existentes, novas formas de viver o presente e de sonhar o futuro.
Pois escrevo esta última frase e me dou conta de uma idéia maluca, revolucionária mesmo, que nasceu nesta chapada dita do Corisco há exatos 7 anos. E o pior, que deu certo. Digo pior, porque tinha tudo para não dar certo. Mas deu. Falo do Salipi, que em português claro significa Salão do Livro do Piauí.
No começo, nada de extraordinário, apenas uma idéia nova que nascia na esteira de um sonho concretizado por um grupo de 4 professores cheios de caraminholas na cabeça. Pois as caraminholas cresceram tanto que o Salão hoje já não cabe mais em si. Tomou dimensões – pasme! internacionais.
O objetivo principal do Salipi é bem simples: promover a cultura, em especial a piauiense, por meio de atividades literárias, artísticas e culturais diversas. Venhamos e convenhamos, é ou não é uma baita de uma utopia? A utopia salipiana quer, em curto prazo, uma coisa bem simples: incentivar a leitura e a formação de novos leitores.
Chega a ser ridícula tal pretensão, de tão modesta que é. Mas esta é a condição para que outros sonhos se desdobrem, culturais, sociais e até – por que não? econômicos. Pois um evento que visa atingir um público alvo de 200 mil pessoas é, no mínimo, um gerador de rendas com retorno garantido para empresários dos diversos setores que fazem parte da cadeia produtiva envolvida no negócio.
Traz também divisas para o estado, pois mexe com o setor hoteleiro e turístico. Além dos palestrantes de fora, o Salipi atrai também um público local dos municípios próximos e até de cidades vizinhas do Maranhão e oeste do Ceará, devido à escassez de eventos culturais desse porte nesses municípios.
Uma série de atividades paralelas se desenvolvem durante a realização do Salipi, que este ano será de 8 a 14 de junho no Complexo Cultural da Praça Pedro II, envolvendo o Teatro 4 de Setembro, o Clube dos Diários, a Central de Artesanato e a própria praça. Portanto, bem no coração da cidade.
Além das palestras e conferências com escritores e jornalistas, o Salipi oferece ainda as oficinas, feiras e lançamentos de livros, o circo das letras (mais voltado para o público infanto juvenil), bate-papos literários, shows musicais, artes plásticas, cinemateca, fóruns temáticos e muito mais atividades que pretendo ir divulgando aqui de hoje até a data do evento.
Alguns nomes que já estão confirmados para o Salipi deste ano: o do jornalista carioca Zuenir Ventura; o escritor cubano Senel Paz, o ensaísta paranaense José Castello, a poetisa angolana Isabel Ferreira, o do poeta Salgado Maranhão, o do professor José de Nicola (SP); escritor Carlos Nejar (RJ) considerado um dos 37 escritores chaves do século e o escritor e jornalista paranaense Laurentino Gomes, autor do conhecido “1808”.
O Salão conta com importantes patrocinadores como o Governo do Estado, a Prefeitura de Teresina e outros. Mas precisa de mais. Precisa, antes de tudo do reconhecimento real destes mesmos órgãos públicos. Parece-me que, governo e prefeitura local, não atentaram ainda para a real dimensão de um evento desse nível, realizado num estado tão carente culturalmente como o nosso.
Em São Luís, bem aí do lado, a prefeitura além de bancar o Salão deles com uma verba de um milhão e duzentos mil reais (sim, foi isso mesmo que você leu), ainda toma posse literalmente do evento, transferindo o gabinete do prefeito para dentro de um dos espaços do Salão.
Para os rotuladores de plantão, pura demagogia. Para os que ainda tem algum neurônio funcionando na cabeça: o maior engajamento e reconhecimento que uma prefeitura pode assumir com a sua cidade, sua população e seu processo cultural, social e econômico.
Afinal, não é com homens e livros que se faz um país?

* * *

Quem gosta de literatura, como eu, vibra, certamente, com a notícia de que o Salão do Livro do Piauí acontecerá também neste ano, e com data já definida: 8 a 14 de junho.

 Mas, confesso, há algo que me incomoda: o patrocínio dos governos do Estado do Piauí e do Município de Teresina ao SALIPI deste ano. Aliás, acho que, de certo tempo para cá, tais patrocínios são desnecessários. Afinal, se o Salão do Livro do Piauí tem tido, merecidamente, sucesso, inclusive comercial, com, por exemplo, a venda de todos os estandes disponibilizados, não estaria pronto para ser bancado unicamente pela Fundação Quixote? Agora, mais do que antes, soam estranhos os patrocínios dos governos estadual e municipal para o SALIPI deste ano! Afinal, dois dos organizadores do Salão são ocupantes de altos cargos nessas administrações: um secretaria a pasta de Comunicação, e o outro preside a Fundação Cultural Monsenhor Chaves.

Concluo, com os patrocínios já anunciados, que a ideia, no campo cultural, no Piauí, deveria ficar apenas em sua formulação: a arca pública agradeceria. E o contribuinte, no mínimo, também.

maio 01, 2009

15 anos da passagem

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Foto de autoria não identificada.

O bigode de Nietzsche*

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era preciso, a bem das instituições, podar o bigod de Nietzsche, o bigo de Nietzsche, o big de Nietzsche, o bi de Nietzsche, o b de Nietzsche, o de Nietzsche.
Estava, enfim e assim, restabelecida a ordem. Mas eis que de repente, não mais que de repente, o b de Nietzsche, o bi de Nietzsche, o big de Nietzsche, o bigo de Nietzsche, o bigod de Nietzsche, o bigode de Nietzsche!

* Conto extraído do blog Confraria Tarântula.

Gilberto Gil: show

DSC_0122O palco, sem trocadilho, é de Gilberto Gil. Faz o que quer. Em seus shows, em vários momentos, transforma a plateia em integrante da sua banda, regendo-a. Claro que nem sempre é assim. No show de quinta-feira, abril, 23, por exemplo, sem ser convidado, o público compartiu com o músico baiano interpretação comovente de A rua. Sem a menor dúvida, o mehor momento do show.

Cigarro, democracia e tentação liberticida*

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Por Reinaldo Azevedo

 

Muito engraçadas as reações de alguns não-fumantes militantes aos comentários que fiz aqui sobre as leis draconianas que passaram a vigorar em São Paulo, em Brasília e no Rio e que tendem a se espalhar por todo o país.
Uma indagação poderia sintetizar seu ponto de vista:
— Por que eu sou obrigado a agüentar a fumaça dos outros?
Não, não! Vocês não são obrigados a agüentar coisa nenhuma! O que se pergunta é por que não podem existir locais em que se pode fumar, desde que esteja estampado na porta que ali se fuma. O que se pergunta é por que não se criam regras para a liberdade, JÁ QUE NÃO SE TRATA DE UM CRIME, em vez de se criarem regras para a perseguição. A lei que vigora nessas três capitais NÃO SE CONTENTA EM PROTEGER O DIREITO DOS NÃO-FUMANTES, ELA AGRIDE O DIREITO DE QUEM FUMA, OU PORQUE QUER OU PORQUE É VICIADO, TANTO FAZ. Há, pois, um problema de natureza ética na legislação e um, entendo, de natureza constitucional. ESTÃO CRIMINALIZANDO O QUE A LEI NÃO DEFINE COMO CRIME.
Que se queira banir o cigarro de prédios públicos, vá lá. Que prédios privados escolham eliminar o cigarro de suas dependências, vá lá. HAVER UMA LEI QUE IMPEDE EDIFÍCIOS PRIVADOS DE TER FUMÓDROMOS É UMA EXORBITÂNCIA. O VALOR DEMOCRÁTICO NOS INDICA QUE SERIA O CASO DE REGULAR AS CONDIÇÕES DOS FUMÓDROMOS, ISTO SIM, PARA QUE FOSSEM, DE FATO, EFICIENTES.
É curioso. A legislação diz que algumas drogas são ilícitas. Não obstante, há uma política de redução de danos, abraçada freqüentemente pelo estado, nas suas várias esferas, para o usuário dessas substâncias. Para o fumante, que nada faz de ilegal, ao contrário, escolheu-se o caminho da demonização, da humilhação. ESTÁ ERRADO.
Leio na Folha de S. Paulo:

Segundo a secretaria [de Saúde], a intenção é criar, na regulamentação da lei, um grupo com cerca de 250 fiscais, que vai treinar outros agentes e visitar os estabelecimentos -só a capital tem 27,5 mil bares e restaurantes. A pasta não contratará novos fiscais. Serão agentes dos CVSs (Centro de Vigilância Sanitária) estadual e municipais, além do Procon. Não divulgou, porém, o total de fiscais da vigilância estadual. O grupo fará também uma campanha educativa prévia nos estabelecimentos, como determinou emenda incluída pela Assembleia no projeto.
A equipe terá a atribuição única de atuar na aplicação da lei. Não participará de outras áreas dos CVSs, como a fiscalização de remédios e alimentos. O Procon disse que a multa, pelo Código de Defesa do Consumidor, varia de R$ 212 a mais de R$ 3 milhões (depende do tamanho do estabelecimento). Serra, que está nos EUA, disse ontem que o governo pretende criar um disque-denúncia. "Trata-se de um grande desafio. Só o controle do governo não vai bastar. É essencial a cooperação dos empresários e, principalmente, do público."
Pois é... Sugiro que os agentes se vistam com camisas negras. Em breve, dada a facilidade com que a língua adere à metonímia, podem começar a ser chamados de “Os Camisas Negras”. O tempo lhes indicará a necessidade de andar ao menos com uns cacetetes para conter os fumantes mais exaltados. Depois será preciso regular o uso do cacetete nesses casos. Finalmente, cada usuário do cacetete saberá como empregá-lo da melhor maneira...
Cigarro faz mal. Eu não me orgulho de fumar. Na verdade, acho que devo parar com isso. Como todo vício, este também não é bom. MAS EU SEMPRE TEMO MAIS O VÍCIO DO AUTORITARISMO. Sei que a lei é popular. E eu com isso? Eu não sou popular.
*
PS1: Ah, sim: já sei que virá aquele grupo me perguntar por que não afirmo o mesmo sobre as drogas consideradas ilegais. Porque são ilegais!!! E o Brasil não será o país a descriminá-las sozinho, isolado do que se faz no mundo. Já escrevi isso 300 vezes. E também estou certo de que seria um flagelo para a saúde pública. Minha restrição nada tem de preconceituosa. Do ponto de vista individual, cada um sabe de si. Minha tolerância com consumidores de drogas que alteram a consciência é baixa. Eu as evito. Mas isso é uma escolha pessoal.
PS2 – A lei que vigora em São Paulo, Rio e Brasília seria até branda se o tabaco fosse uma substância ilegal. Mas não é. Aliás, fosse ilegal, ela seria bem dura do que é a lei antidroga no que concerne ao porte e uso de maconha. E isso não deixa de ser muito interessante: tolerância com quem consome o ilegal, e intolerância com quem consome o legal.
PS3 – A popularidade da lei se deve ao fato de que vivemos dias um tanto exóticos, não? O politicamente correto só se impôs como valor, nas diversas esferas da vida, porque as liberdades individuais estão em baixa.
PS4 – Não, eu não quero impor o cigarro a ninguém. Acho o fim da picada que alguns não-fumantes queiram me impedir de fumar com aqueles que querem fumar comigo. Sei que um mundo sem cigarro poderia até ser melhor. Mas um mundo sem estúpidos também seria. E, no entanto, não há lei possível contra o vício da estupidez.

 

* Postagem extraída do blog do autor, veiculada em abril, 9.

Teófilo Lima no Planeta Diário

Teofilo e banda

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